A escola não é a continuação do lar como a família não é a continuação da vida uterina. Na escola o jovem começa a “pertencer” à comunidade, superando o confinamento clânico. O progresso e a mudança só são possíveis porque as gerações montantes reexaminam, criticamente, todo o patrimônio cultural de sua comunidade. A juventude é o futuro inserido no presente.
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INTRODUÇÃO
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INTRODUÇÃO
- Do ponto de vista sociológico, a função da escola é dúplice: a) transmitir às novas gerações o acervo cultural do grupo; b) promover pelo estudo do meio e das técnicas a mudança social.
- Num e noutro caso, não pode a escola dissociar-se do meio em que está inserida, sob pena de não cumprir a missão. Sem este contato, não contaria: a) com as vivências que mantenham a tradição e b) com os elementos mesológicos sobre os quais tente a mudança.
- A escola que não tenha como temática (de enculturação e de análise crítica) o meio físico e social imediato é provável instrumento de desajustamento e de alienação.
- O universal - objetivo final de toda formação - só é alcançável por processo progressivo de irradiação do regional.
- A integração no tempo e no espaço - na tradição e no meio - não se pode, psicologicamente, fazer, senão do próximo e conhecido para o remoto e desconhecido.
- Para se furar um poço, tem-se que começar da superfície do solo para atingir os veios permanentes de água. A cultura também se apresenta, de início, como trivial do cotidiano antes de alcançar as grandes linhas do pensamento perene e universal.
- A ordem lógica dos programas propostos, nas escolas, aos jovens, deveria ser substituida pela ordem psicológica. Em vez da história do Brasil iniciar-se pelo descobrimento (lógico), deveria tratar dos problemas atuais do bairro, da cidade, da região, do país (psicológico).
- A integração do aluno à vida, à história, ao meio físico e social deveria ser encarada como ampliação progressiva de sua visão interna da realidade (círculos de representação), em círculos concêntricos, cada vez mais largos e universais.
- O desenvolvimento da inteligência procede da manipulação da realidade. Não é possível, a princípio, agir senão sobre as coisas. Só no final da maturação a inteligência alcança a pura formalização.
- Não se deve esquecer a função histórica da escola: preparar o indivíduo para participar da construção social. Pode-se dizer que a escola primitiva era sempre profissional, no sentido de que tinha um objetivo identificável em certo sentido pragmático.
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