segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Mutações ou projeções?


"A Educação era (até agora) tarefa relativamente
simples: bastava descobrir as necessidades da
máquina social e depois recrutar e formar o
pessoal que a elas correspondesse."

As projeções atuais dos futurólogos são insuficientes para prever o futuro, já que as transformações sócio culturais são mais "mutações" do que meras "projeções". Não há, pois, como "descobrir" as necessidades da máquina social do ano 2000. Que se deve, pois, ensinar às crianças que hoje estão nas escolas? Diante desta prespectiva são profundamente simplórias e até ridículas as atuais reflexões sobre programas e currículos. Educar já não é prever as necessidades sociais, mas preparar os jovens para o imprevisível. Toda idéia de treinamento a longo prazo é indébita (embora a curto prazo seja ainda a solução imediatista para um país subdesenvolvido). Ora, como se pode imaginar educação para o imprevisível? A resposta parece ser: desenvolver a capacidade de resolver problemas, o que minimiza a idéia de currículos e de programas, trocando-se a ênfase sobre os conteúdos para uma ênfase sobre as técnicas. O imediatismo pseudocientífico dos economistas que se referem á Educação como "necessidade do mercado de trabalho" e como "preparação dos recursos humanos", é insuficiente para interpretar a gravidade sociológica do fenômeno escolar no mundo que se está construindo. O know-how de hoje pode ser uma capitis diminutio para a adaptação do homem dentro de uma civilização em mudança: os velhos tem dificuldade de obter trabalho pela incapacidade de mudar de hábitos profissioinais. A "preparação dos recursos humanos" não pode ser mero preocesso de "linha de produção", vez que não se pode jogar fora o homem cujo know how obsolesceu...

Mutações em Educação segundo Mcluhan
Cosmovisão 1 - VOZES
18a Edição
Lauro de Oliveira Lima - 1985

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