quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

Professor, espécie em extinção (Parte 2 - final)

Livro: TEMAS PIAGETIANOS
Lauro de Oliveira Lima
EDITORA AO LIVRO TÉCNICO S.A
Indústria e Comércio
Rio de Janeiro – RJ / 1984
Professor, espécie em extinção (2ª parte)
Com a descoberta da imprensa, começa a extinção da função de professor
- O professor do futuro será uma fita cassete? – O programa é si8ntoma de arcaísmo- A bola ou o jogo? – O conteúdo ou a operação? – Motricidade e o grupo de deslocamento – Os paidagogos gregos e o magister ludi romano – A memória da inteligência
...
O NOVO PROFESSOR

         A atual (ou futura) função do professor é estimular o desenvolvimento intelectual sem preocupação com a extensão do conteúdo (o professor moderno já não se utiliza de programas; preocupa-se com as operações em jogo). O profissional que mais se aproxima, hoje, da moderna concepção da função docente é o professor de educação física e o técnico de um time de futebol. Se quisermos, hoje, avaliar o grau de anacronismo de um profissional do magistério, basta medir sua preocupação em “dar o programa”. Os administradores que, reformando os programas, pensam estar modificando o sistema solar... são meros arcaísmos incrustados no tempo presente como mariscos no casco de um navio transatlântico. Se um técnico de futebol, tentasse ensinar aos jogadores a fazer a bola... todos diriam que tinha enlouquecido (a bola é o conteúdo: o que se pretende é ensinar a jogar bola). Extinguiu-se o professor-especialista (em física, química, gramática, história, etc.). O professor voltou a ser o paidagogos grego (educador) que estimula, desafia, sugere, indica, critica, conduz, esclarece, assessora, enfim, “o professor não ensina: ajuda o aluno a aprender”. (L.O.L. Escola Secundária Moderna. ED. Forense Universitária)
         A professora do maternal, ao observar a criança correndo no pátio (como o professor de matemática do pré-adolescente) não está atenta aos conteúdos (tipos de jogos, por exemplo), mas ao número e qualidade das operações de que a criança é capaz (grupo geométrico dos deslocamentos). O que está em jogo, portanto, não é a memória (deixada por conta do banco de dados) mas a operacionalidade. É a esta nova atitude, que se denomina educar pela inteligência. A especialidade do professor moderno é, portanto, o desenvolvimento da criança pela psicogenética.
Outubro, 1978  

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