quarta-feira, 28 de setembro de 2011


(Carta enviada por Odorico Bemvindo para o Professor Lauro de Oliveira Lima, em 28 de setembro de 2011 - Venezuela)



Oi Lauro, desculpa a tietagem mas é bem bom falar contigo ainda que seja virtualmente. Pois bem, leio teu escrito sobre a luta inglória contra o robô e lembro das nossas reuniões n’A Chave, tuas aulas, enfim, fico aqui de longe pensando no porquê tardam tanto as decisões que se devem tomar na educaçao, depois de tanto tempo, tanta advertência. Decisões que - aqui entre nós - já deveriam haver sido adotadas há muito tempo, inclusive já deveriam ser consideradas como temas obsoletos para discussão.

Mas, não, elas seguem aí e o professor segue como objeto de 2ª. classe, desprezado e sem a  mínima condição sequer para entender seu papel neste mundo e muito menos para entender sobre pedagogia. Nem a sociedade pede, nem ele pede para ser o que deve ser. Nem a sociedad sabe, nem ele sabe o quê deve fazer ou como atuar frente aos alunos. Nem a sociedade exige, nem ele exige estar onde devem estar a educação e os professores.

Por quê permitimos isso justo num momento em que vemos tantas necessidades que inclusive deixam os cientistas de cabelo em pé ante prováveis consequências de ordem ambiental de suma gravidade? E o pior é que os que resolvem gritar contra esse estado de coisas, são imediatamente acusados de loucos, ditadores, palhaços, e outras jóias.

A mídia imediatamente se compactua com essas vozes que tentam impedir o avanço do ser humano e jogam perigosamente a favor do insólito, utilizando a mentira, e até mesmo a ameaça. Essas ameaças são diretas ou subliminais, algo assim como um bullying social, onde o que é de vanguarda passa a ser um babaca ou algo pelo estilo. Melhor ficar calado.

Então a gente revisa tudo isso e se pergunta novamente por quê isso, por quê ese freio, por quê tal idiotice? Se o momento é um momento onde tudo tem como objetivo o financeiro, o econômico; num tempo onde os paradigmas - todos eles – são elaborados para permitir que se destaque esse lado financeiro/econômico, então a educação (que está metida nesse saco) também é vítima desses paradigmas, dessa cultura.

Parece, pois, que estamos numa roda infinita: sem a devida educação o homem não cresce (ou cresce muito pouco). E sem crescer o homem não se decide por melhorar a educação. Ou, pelo menos,  esse processo será bem, bem lento. E então, como saimos desse buraco? Pois já que o problema nasce devido a paradigmas econômicos, então por ali deve haver uma  saída. O neoliberalismo (capitalista) que é o carro chefe dos interesses econômicos atuais e por conseguinte dos tais paradigmas, pois deve ser substituído por outro que deve ser claro na sua proposta e ter entre elas seu compromisso com a educação.

O socialismo, que se vislumbra como essa alternativa apesar de ser uma teoria quase sem prática, apesar de quase não poder ser testado (pois igual que na área da educação, as outras áreas também estão com as mãos amarradas, por isso mesmo está errado dizer que tal país ou aquele outro foi ou é socialista. Ou seja, não há nem nunca houve um país realmente socialista), apesar de não poder demonstrar nada ainda, pode desde já propor alternativas que deverão ou deveriam gerar discussões que tivessem como objetivo ir melhorando e/ou aperfeiçoando a sociedade. Entre essas melhoras, claro está, se situam as melhoras referentes à educação.

Um abraço para ti, Lauro.
Odorico

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